Em 19 de março de 2025, reassumi a presidência do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso (COSEMS/MT), órgão que representa os 142 secretários municipais de saúde do nosso estado. Trata-se de uma responsabilidade coletiva de grande impacto: cada decisão tomada no âmbito do colegiado reverbera diretamente na vida de mais de 3,5 milhões de mato-grossenses.
A gestão da saúde pública, em especial nos municípios, é uma das mais complexas dentro da administração pública. Exige conhecimento técnico, sensibilidade social e grande capacidade de articulação. O cotidiano dos gestores municipais revela a complexidade de um sistema como o SUS, sustentado por uma estrutura normativa densa, múltiplas instâncias decisórias e realidades locais extremamente distintas.
Com quase duas décadas de atuação na gestão pública de saúde, posso afirmar com segurança que os municípios continuam sendo o coração pulsante do sistema. É nas unidades básicas, nas campanhas de vacinação, nos programas de saúde preventiva e nas ações educativas que a população tem contato direto com as políticas públicas. E é justamente nesse ponto de contato que mora a verdadeira essência do serviço público.
Mato Grosso, com sua diversidade geográfica e populacional, impõe desafios únicos. Municípios com grandes extensões territoriais, populações indígenas, ribeirinhas e quilombolas, todos com demandas específicas e que exigem estratégias logísticas diferenciadas. Para compreender essas necessidades, é preciso mais do que gestão técnica — é preciso vivência.
Assumi, em minha trajetória no COSEMS/MT, o compromisso de visitar os 142 municípios do estado. Ouvir os profissionais, observar de perto as realidades e adaptar as soluções conforme o território é uma etapa essencial para uma gestão eficiente. Não se pode tomar decisões acertadas sem pisar no solo onde essas políticas irão de fato acontecer.
Além da gestão territorializada, uma das frentes que pretendo fortalecer nesta nova etapa é a valorização dos secretários de saúde. Trata-se de um cargo de altíssima responsabilidade, que exige capacitação constante, presença ativa em fóruns técnicos e atuação estratégica junto às esferas estadual e federal. No entanto, infelizmente, temos presenciado um cenário de cobranças desproporcionais frente à ausência de reconhecimento — sobretudo em termos salariais e de estabilidade profissional.
A tomada de decisões em saúde pública não pode ser subestimada. Um único erro pode comprometer milhares de vidas; uma decisão acertada pode salvá-las. A dimensão dessa responsabilidade deve ser reconhecida, respeitada e respaldada por políticas de valorização.
Os gestores de Mato Grosso têm sido exemplos de compromisso e inovação. A produção local de ações em saúde é riquíssima e, por isso, instituímos um clipping semanal no site do COSEMS/MT, reunindo as principais iniciativas desenvolvidas nos municípios. São ações que vão desde campanhas de vacinação até programas de promoção à saúde, com uso de arte, esporte e educação para alcançar as comunidades.
Meu compromisso segue sendo com uma saúde pública de qualidade, resolutiva, humanizada e descentralizada. Ao lado da diretoria executiva do COSEMS/MT e representando os 142 secretários municipais de saúde, reafirmo minha dedicação em fortalecer as políticas públicas em saúde e garantir que Mato Grosso siga como referência nacional no setor.
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